Glasgow: aquele dia em que entrámos em Hogwarts.
É em Glasgow que começa oficialmente uma história de amor de 9 dias pela Escócia. Uma história de amor eterna, arrisco dizer. Mas comecemos do início.
Visitar a Escócia era um sonho antigo. Antigo e distante. O ano passado alguém do meu grupo de amigos disse: “Vamos fazer uma roadtrip pela Escócia para o ano!” Foi uma espera longa de vários meses mas traçamos a viagem mais incrível de todas, que agora vos quero contar.
O plano começou em Manchester. Os voos para a Escócia ainda são caros pois não existem companhias low cost e Manchester dava-nos alguma margem. De Lisboa fomos pela TAP [48,95€] e para Lisboa viemos pela Ryanair [36,62€].
Diretamente no aeroporto, e já reservada a partir de Portugal pela Rentalcars.com, estava a nossa carrinha de 9 lugares. Como éramos sete, foi perfeito para fazermos uma viagem super confortável sem estarmos uns em cima dos outros. A carrinha custou-nos 678,64€ + o seguro contra todos que fizemos no local e que valeu muito a pena [conto-vos porquê mais à frente]. O preço do seguro foi cerca de 200£.
Em 3h30 chegámos a Glasgow, a nossa primeira paragem na Escócia. Por mais que a capital seja Edimburgo, Glasgow é a maior cidade escocesa e a terceira maior do Reino Unido.
Campos verdes de perder de vista, casas rústicas inglesas, cercas em madeira que delimitavam a pastagem de vacas – também elas aqui bastante felizes-, palacetes e castelos em ruínas estendiam-se à nossa passagem. Até o facto de se conduzir à direita e circular na faixa da esquerda se tornou fácil. Pelo menos para mim, que não ia a conduzir [risos]. A ótima condição das estradas também ajuda e o facto de não haver uma única portagem na Escócia também … à carteira. Nota: Em todas as bombas de gasolina onde parei existiam sempre wc’s lavadinhos, com papel, em excelentes condições e com água quente para lavar as mãos. Agora pensem.
Chegámos ao The SandyFord Lodge por volta das 16h00 e não podíamos ter ficado melhor hospedados e localizados. Ficámos num bairro relativamente calmo – não podendo dizer propriamente que Glasgow é uma cidade calma – e a estadia de uma noite ficou a 7 pessoas por £288. Aqui, como em quase todos os locais, ficámos em 2 quartos de 3 e 4 pessoas.
Como tínhamos apenas meio dia para aproveitar fomos directos ao nosso primeiro ponto turístico da viagem: A Universidade de Glasgow. Não se consegue confirmar, ao certo, se a escritora J.K. Rowling se inspirou nesta universidade para criar Hogwarts mas confirma-se que os filmes de Harry Potter não foram aqui filmados. Como não? Os claustros, as fachadas, o jardim, a árvore centenária no largo da Universidade … Hogwarts só pode ser aqui.
Curiosidade para os fãs: Os rumores dizem que quando o primeiro filme de Harry Potter ia começar a ser gravado, os produtores entraram em contacto com a Universidade para gravarem aqui várias cenas. Por alguma razão, que é desconhecida, a Universidade de Glasgow recusou.
photo by Jeff Whyte
Descobri agora, enquanto escrevia este artigo, que mesmo a poucos metros da Universidade existe a Ashton Lane, uma pequena rua repleta de luzinhas e recantos que esconde os pubs e cafés mais queridos. Confirma-se sim, que foi na Ashton Lane que a autora de Harry Potter se inspirou para criar a Diagon Alley. Não é incrível?
Quem for a Glasgow nos próximos tempos faça aqui uma visita por mim, há-de valer a pena, principalmente para os fãs da história.
Perto ainda da Universidade tentem passar pelo Kelvingrove Park. Se estiver sol como naquele dia vão poder aprender como se faz um piquenique a sério com direito a churrasco feito numa embalagem de alumínio e ver uma multidão a ‘lagartar’ ao sol. A verdade é essa, ninguém aproveita melhor o sol do que aqueles que pouco o vêem. E nós fomos uns sortudos com o tempo. Se estiveres numa onda mais cultural, não percas o Kelvingrove Art Gallery and Museum. Um dos mais procurados pontos turísticos da cidade e de entrada livre.
Seguidamente, descemos tudo até ao centro em busca das principais ruas: George Square [onde fica a Câmara Municipal e o Jamie’s Italian do chef Jamie Oliver], Buchanan Street [onde ficam as lojas mais caras], Argyle Street e Sauchiehall Street [onde ficam as lojas mais em conta] e a Merchant City [área totalmente reformada do Centro e hoje uma das mais caras]. Para os amantes de arte, vale a pena passarem ainda pelo GoMa, vão surpreender-se logo à porta.
Glasgow é conhecida há algumas décadas pela sua decadência e violência. Mas isso ficou lá atrás. Será?
À noite, a conversa é outra. Apesar de ter anoitecido às 22h00 – sim, é verdade – às 18h00 já se começam a ver os pubs e restaurantes cheios. E não há como negar, elas em Glasgow dão tudo. A noite arrefece, as saias e os decotes diminuem e os saltos, mesmo que não consigam andar com eles, são os mais altos e mais aguçados possível. O que lhes gabei e muito: a maquilhagem exímia. Seriam todas maquilhadoras profissionais?
Para jantar, a nossa opção foi o Buck’s Bar, especialista em asinhas de frango bem temperadas e com opções vegetarianas. O melhor: a música ao vivo e o espaço amplo.
E por falar em decadência e violência, no nosso bairro supostamente calmo, riscaram-nos a carrinha de uma ponta a outra. Estão a ver como o seguro fez jeito?
Amanhã, seguimos para Edimburgo.
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